sexta-feira, 28 de março de 2008

Kurt Westergaard denuncia manipulação e violação dos direitos de autor

O cartoonista que em 2006 desencadeou uma onda de protestos ao retratar o profeta com um turbante em forma de bomba vai processar o deputado holandês Geert Wilders por violação de direitos de autor, alegando que este não pediu autorização para incluir aquela imagem no filme contra o Islão, divulgado ontem na Internet. “Wilders tem o direito de fazer o filme, mas não tinha autorização para usar o meu desenho”, explicou Kurt Westergaard, em declarações à televisão dinamarquesa TV2. O desenhador sublinha que as suas objecções “nada têm a ver com liberdade de expressão, é uma questão de direitos de autor”, mas acrescenta: “Não aceito que o meu desenho seja retirado do seu contexto original e usado noutro completamente diferente”. Westergaard sempre disse que a caricatura do profeta não pretendia ofender os muçulmanos mas apenas denunciar a visão que os radicais islâmicos têm da sua religião. A caricatura surge nos primeiros momentos do filme, com o Corão em pano de fundo, acompanhada da duração do filme em contagem decrescente, numa alusão ao temporizador de uma bomba. O cartoonista, que está sob protecção policial desde a divulgação dos cartoons, teme que a sua vida esteja novamente em perigo, devido à divulgação do vídeo. Em Fevereiro, a polícia dinamarquês revelou ter descoberto uma conspiração para o assassinar, tendo sido obrigado a mudar-se para uma residência que só a polícia conhece. Críticas contidas Menos de 24 horas depois da divulgação na Internet da polémica curta-metragem – que o deputado populista holandês apresenta como uma denúncia da violência preconizada pelo Corão e da islamização da Europa – a maioria das reacções foram contidas e, tanto nos países de maioria muçulmana como no Ocidente surgem críticas à visão distorcida do Islão. As reacções mais iradas surgiram da Indonésia e do Irão. A maior nação muçulmana do mundo denunciou a “visão racista” e o “insulto ao Islão” feito “a coberto da liberdade de expressão”, mas pede à população para não responder com violência à ofensa. Já a República Islâmica fustigou o que diz ser “um filme odioso, blasfemo e anti-islâmico” e exigiu que os países europeus bloqueiem o acesso aos sites em que ele se encontra alojado. O Governo paquistanês, onde centenas de pessoas se manifestaram na semana passada contra a anunciada difusão do filme, convocou o embaixador holandês para pedir que Wilders seja acusado de difamação. Na Jordânia, vários meios de comunicação anunciaram que vão lançar uma campanha de boicote aos produtos holandeses, enquanto em Marrocos o ministro da Comunicação, Khalid Naciri, escusou-se a proferir ameaças, dizendo apenas que obras como as de Wilders representam um “recuo intelectual” e um obstáculo ao diálogo entre religiões. Também o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou o filme anti-islâmico, sublinhando que “nada justifica o discurso do ódio ou a incitação à violência”. Na Holanda, as associações muçulmanas apelaram à calma e pediram para que os interesses do país no estrangeiro não sejam atacados. “Pedimos aos muçulmanos em todo o mundo para seguirem a nossa estratégia e não promovam qualquer incidente violento”. Até ao momento, não se registaram quaisquer incidentes no país, que se encontra em alerta máximo de terrorismo. Esta manhã, os ministros da Integração e Justiça reuniram-se com representantes das várias confissões religiosas e com as associações de imigrantes para explicar a posição do Governo – que critica o filme mas não proibiu a sua divulgação – e prevenir quaisquer conflitos. comentários 1 a 2 de um total de 2 Escrever comentário 28.03.2008 - 17h15 - Nuno Duarte , lisboa Eu tambem tenho umas caricaturas muito belas do Profeta Maomé mas não encontrei editora ainda. Se me podessem ajudar, agradecia. 28.03.2008 - 17h13 - Paulo, Caldas da Rainha Eu digo a estes dois cristofascistas a resolverem ao assunto como sabem melhor, à traulitada.

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