segunda-feira, 3 de março de 2008
Tóquio apresenta queixa a Camberra
Activistas da organização Sea Sheperd e os baleeiros japoneses do “Nisshin Maru” entraram hoje em confrontos no oceano antárctico, motivando uma queixa diplomática de Tóquio a Camberra e uma repreensão do Governo australiano aos activistas.
Membros da Sea Sheperd a bordo do "Steve Irwin", com 33 activistas, lançaram cerca de cem garrafas com substâncias de odor pestilento - contendo um pó branco não identificado e ácido butírico (ácido orgânico que se encontra na manteiga rançosa) – para dentro do navio-fábrica japonês “Nisshin Maru”, com 139 tripulantes, no âmbito da campanha da organização para perturbar a caça anual à baleia. Os tripulantes japoneses responderam com jactos de água.
O navio “Nisshin Maru” e o navio da Sea Sheperd aproximaram-se dez metros um do outro durante os confrontos que duraram cerca de uma hora.
Três membros da tripulação japonesa ficaram feridos depois do “cocktail” químico ter atingido os olhos de três homens, disse a Agência japonesa das Pescas, em Tóquio.
O porta-voz do Governo japonês, Nobutaka Machimura, disse em conferência de imprensa que este “é um acto imperdoável”.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Stephen Smith, as autoridades japonesas apresentaram queixa na embaixada australiana em Tóquio. “Condeno em absoluto as acções dos membros da tripulação de qualquer navio que causem ferimentos ou que possam vir a causar, a qualquer pessoa no mar alto”, disse Smith.
O líder da Sea Sheperd, Paul Watson, descreveu o incidente como “luta química não violenta”, dizendo que as substâncias lançadas para o navio japonês são inofensivas e só pretendem dificultar a caça à baleia. “Só usámos materiais orgânicos e não tóxicos para atrapalhar e obstruir a caça ilegal à baleia”.
Watson desmentiu que o incidente tenha causado ferimentos. “Filmámos e fotografámos tudo. Nenhum projéctil caiu perto dos tripulantes”.
Em Janeiro, dois activistas da Sea Sheperd subiram ao navio japonês numa acção de protesto e colocaram dispositivos para seguimento por satélite, no âmbito da sua operação de acompanhamento da caça à baleia. O incidente levou à suspensão temporária da caça.
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